Sou capaz de compreender todos os seus defeitos, aos poucos, beber em goles desesperados os seus olhares de censura e alegrar-me nos seus sorrisos mais abobalhados. Me torno amante de todas as suas confissões, companheiro das suas mãos carinhosas e espectador da sua respiração sempre compassada. Adapto todo o meu ser ao seu e assim sou teu. Nada possui validade quando estou longe dos seus braços, é tudo estranho, sinto medo, frio, desamparado em um mundo vazio, estou sem você. A dor da dúvida, que paira no ar, é a mais forte de todas: Porque partiu? Eu não sei, não me disseram, não soube, não quis ouvir. Hoje sei que o maior machucado não foi o apodrecimento da fruta cultivada e sim o arrependimento pelos processos utilizados para que essa amadurecesse. A minha esperança é que depois do estrago, desse fruto, reste, ainda, sua semente e essa posso cai ao solo e brotar novamente. O que nascerá dali eu realmente não sei! Sei o que quero, o que desejo, mas caso não venha a ocorrer: adapto o meu eu a viver sem ter você.