Atuo em um plano terrestre onde sou personagem memorável de um conto chamado Vida, possuo falas, atitudes e expressões que constituem o meu eu, contraceno com centenas de seres que fazem parte de outras histórias, represento uma unicidade cheia de verosimilhança e repleta de vivências que me fazem cheio de erros e acertos. Muitas vezes escondo meus sentimentos nas curtias do palco em que me exponho, me mostro como quero, me visto com objetivos momentâneos e falo o discurso exato para a hora determinada. Em algumas situações me deparo com uma platéia vazia, a qual configura a minha solidão, meu momento de reflexão, em outros miro o teatro repleto de olhos atentos, observadores, a espera de qualquer movimento, preparam-se para ouvir e na maioria das vezes criticar, sentindo-se assim mais superiores ou apenas meros julgadores do espetáculo. O mais engraçado em ser avaliado, em cada apresentação, é saber que em cada cena, em cada drama, em cada lástima eu fui o mesmo personagem e que em situação alguma utilizei de artefatos que não faziam parte do meu conto e assim eu encerro mais um capítulo triste, aparentemente ensaiado mas em nenhum momento desejado.
Escolha
Há 3 anos
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