Tanto que eu desejei, pouco que eu tentei. Coloquei um pano por trás de todo o cenário montado e contracenei com o vazio, com o nada, com o acaso, sem caso, sem cor e sem nenhuma dose de amor. Amarrotei tudo que lembrava e joguei em um poço fundo, gélido, doloroso, não amarrei cordas alguma para poder puxar depois, ficou lá, boiando, decantando profundamente, aqui de cima não avistava, apenas remuia, recordava, remoldava e sofria. O peito amargurado encontra-se oco, a dor escorria pela pele, não tinha onde se esconder, em doses de álcool me embebedava, me felicitava com o nada, com o nada, nada, qualquer coisa. Suspirei várias vezes e tremi ao chorar, mesmo me achando sozinho os que me amavam não me deixaram cambalear, me mantiveram em pé, enxuto, pronto para qualquer possível experiência que pudesse aparecer. Felicitei, a sorte mais uma vez aparecia pra mim, não que eu me achasse azarado, apenas deixado de lado, por um tempo, um tempo que não volta mais, que ficou no fundo do poço e sem mim.
Escolha
Há 3 anos
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