Basta a brisa bater, o cheiro do mar sedar e o sol se pôr para o coração encher-se de paz. Sou amante da doce tarde que sempre invade o peito dos mais azedos navegantes. Na calmaria dos dias de ócio ou até mesmo na balbúrdia semanal minutos que reservamos para admirar as coisas mais simples acabam compensando tudo que foi feito em excesso ou em falta. O brilho da meia luz, o frio incompleto, as imagens em "degradê" alaranjado formam o clássico fim de tarde. Quantas imagens idealizamos sentados de olho no adeus do sol? Quantas saudades sentimos ao perceber que o céu escurecia rapidamente? Quantas boas companias dividiram a fantástica obra de arte onde os raios solares transformam o mar em um líquido prata cintilante? Todos deveriamos valorizar mais as coisas simples da vida e saber que não é a complexidade das coisas que as tornam mais amáveis e sim o grau de doação. O mais gostoso de saber em uma doce tarde, ou seja todas elas, é que com o fim do dia outros chegarão, e que o novo dia iniciado capacita a realização de tudo em outra forma, ou da mesma, vai depender do que deseja para você.